O Dia Mundial da Língua Portuguesa é 5 de maio. Contudo, além deste dia, há mais duas datas especiais em que o idioma é comemorado nacionalmente: 10 de junho (em Portugal) e 5 de novembro (no Brasil).
Dia da Língua Portuguesa é um feriado nacional em razão da data de falecimento do poeta Luís Vaz de Camões (1524 – 1580). O poeta produziu nos grandes gêneros lírico, épico e teatral, tornando-se um dos maiores símbolos de identidade portuguesa e referência à comunidade lusófona internacional como maior escritor do período do
Classicismo.
Tendo influenciado a evolução da literatura portuguesa desde o século XVII,
Camões continua a ser uma referência para muitos escritores
contemporâneos, tanto em termos de forma e conteúdo como se tornando ele
mesmo um personagem em outras produções literárias e dramatúrgicas.
(JESUS, 2004, p, 1-8)
Quando soldado, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a obra nacionalista Os Lusíadas.
Sua poesia é valiosa e reconhecida por seu alto padrão estético por importantes literários europeus. Para brindá-lo, recordamos de um dos sonetos mais conhecidos do poeta:
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo amor?(CAMÕES, 1971)
Referências:
CAMÕES, Luís Vaz de. Obras completas. Lisboa: Sá da Costa, 1971.
JESUS, Virgínia Maria Antunes de. “As Traduções de Camões no Século XX”.
In: Anais do III Congresso Ibero-Americano de Tradução e Interpretação, 2004, p. 1-8.